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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Espanhóis e ingleses rompem fronteiras para manter força global

Clubes como Barcelona, United, City e Chelsea cruzam mais de 30 mil km, cada, e levam suas marcas a todos os continentes durante a pré-temporada


Séculos após o período das grandes navegações, espanhóis e ingleses voltam a expandir suas fronteiras ao redor do mundo em 2013. Os destinos atuais são os mais variados: Malásia, Vietnã, Israel, Palestina, Austrália, África do Sul, Japão, Estados Unidos... Só que a "conquista de novos territórios" não se dá mais na base da força das espadas e armas de fogo, mas na habilidade com a bola nos pés. A pré-temporada europeia é uma oportunidade e tanto para os clubes do continente. Fortalecem suas marcas em territórios antes pouco explorados, o que aumenta a venda de camisas e outros produtos oficiais dos times, fazendo a roda da economia girar e retroalimentar a força financeira nas contratações de novos craques com potencial global, o que atrai cada vez mais fãs.
A maioria dos 20 times da Premier League deixa a ilha britânica para as excursões. Sobrevoa milhares de quilômetros ao redor do planeta e tem compromissos nos quatro cantos do planeta. A Ásia virou uma espécie de centro do futebol nessas últimas semanas (confira no quadro abaixo os destinos de alguns dos principais times da Europa). Até o pequeno Sunderland se exibe por lá, na China. O Chelsea passou pela Tailândia e Malásia e vai para os Estados Unidos, mesmo destino de clubes de menor investimento, como Fulham, Norwich e Stoke City. O Manchester City deu um pulo na África do Sul, enquanto Liverpool eManchester United jogam na Austrália.
Até os italianos, que não fazem tanto oba-oba em torno da preparação e sequer divulgaram um calendário com a programação da pré-temporada, vão romper fronteiras. No próximo fim de semana, Juventus, Milan e Inter estarão nos Estados Unidos para a disputa do Champions Cup com outras cinco equipes, incluindo Real e Chelsea. De lá, Balotelli e cia. seguem para Munique, onde enfrentam o Manchester City pela Audi Cup (São Paulo e Bayern são outros times no torneio).
É bem verdade que nem todos os gigantes europeus adotaram esse espírito aventureiro. Destaques da última temporada, os alemães Borussia Dortmund e Bayern de Muniquesequer deixarão a Europa. Os bávaros não foram além da Itália, onde iniciaram a pré-temporada, em Trentino - na próxima quarta-feira, enfrentam o Barcelona, na Allianz Arena,em jogo com transmissão ao vivo do SporTV, a partir de 13h30m (de Brasília), e Tempo Real no GloboEsporte.com. A equipe aurinegra também só saiu de casa para amistosos na Suíça e na Áustria.
Barça na Ásia e Real nos EUA
Além do início de preparação, ingleses e espanhóis estão de olho sobretudo nas cifras que esses países podem oferecer. O tour do Barcelona, por exemplo, será patrocinado pela Qatar Airways, que desde o último dia 1º de julho estampa sua marca na camisa azul-grená. Para não falar do duelo contra o Santos, no Camp Nou, partida que faz parte de um acordo contratual por conta da transferência de Neymar para a Espanha.
A quase volta ao mundo do Barcelona, que percorrerá em torno de 30 mil quilômetros (para efeito de comparação, a distância imaginária da Linha do Equador tem cerca de 40 mil quilômetros), passará por Israel e Palestina. Além disso, vai levar os catalães à Malásia pela primeira vez na história e os conduzirá de volta à Tailândia.
Queremos nos sentir perto deles, especialmente das crianças, para que se divirtam com a equipe e com os nossos jogadores. E que conheçam melhor nosso clube, diferente de qualquer outro no mundo, e também o nosso país"
Sandro Rossel, presidente do Barcelona
- Estamos muito ansiosos para ver os tailandeses novamente e retornar ao país após mais de dez anos. Este tour também vai proporcionar nossa primeira visita à Malásia, onde temos muito torcedores. Queremos nos sentir perto deles, especialmente das crianças, para que se divirtam com a equipe e com os nossos jogadores. E que conheçam melhor nosso clube, diferente de qualquer outro no mundo, e também o nosso país - disse recentemente o presidente do Barcelona, Sandro Rosell.
Enquanto o Barcelona vai explorar a Ásia, Cristiano Ronaldo, Kaká e cia. seguem direto para os Estados Unidos, espécie de segunda casa merengue. Explica-se: será a 15ª visita do Real à Terra do Tio Sam. Efeito da geração dos galácticos Ronaldo e David Beckham. Desde o início do século, o Real já viajou sete vezes aos EUA (essa será a quinta seguida).
Chelsea e United entre os maiores 'andarilhos'
Mas ninguém vai gastar tantas milhas de passagem aérea quanto Chelsea e Manchester United. Embora tomem rumos distintos, cada um dos rivais vai percorrer em torno de 37,5 mil quilômetros. Liverpool e City rodarão um pouco menos, cerca de 36 mil quilômetros.
O esforço é recompensado com a presença da torcida nos estádios. Em Sydney, mais de 83 mil torcedores foram ao ANZ Stadium assistir à vitória dos Red Devils sobre o combinado da liga australiana por 5 a 1.
Mosaico Pré-temporada dos Clubes Europeus (Foto: Editoria de Arte)
Durante a pré-temporada, o Liverpool comprova o lema de sua torcida, de que "nunca andará sozinho" (You will never walk alone"), arrastando uma legião por onde passa. Na chegada a Jacarta na semana passada, o ônibus passou por um corredor de fãs que coloriam as ruas da capital da Indonésia de vermelho, impressionando os jogadores.
- Não vou esquecer a recepção que tivemos aqui. Realmente, o Liverpool é muito grande na Indonésia, e conseguimos comprovar isso pelo apoio que tivemos antes e durante o jogo. Fico muito feliz pelo carinho - disse o brasileiro Lucas Leiva, jogador do Liverpool desde 2007.
Na Austrália, os Reds acreditam que levarão 95 mil torcedores nesta quarta-feira ao Melbourne Cricket Ground. Números nada modestos para um país no qual a liga tem média de público de pouco mais de 12 mil torcedores por jogo.
Como forma de retribuir o carinho do público fiel mesmo a muitas milhas de distância, os ingleses têm feito até customização de seus uniformes. No duelo que marcou o retorno de José Mourinho ao banco de reservas do Chelsea, na vitória por 1 a 0 sobre um combinado da Tailândia, em Bangcoc, o time entrou em campo vestindo camisas com nomes e números estilizados na grafia local.
Ryo Miyauchi comemoração Arsenal amistoso Nagoya Japão (Foto: AFP)Arsenal estampa caracteres japoneses em amistoso contra o Nagoya (Foto: AFP)
Arsenal fez o mesmo e foi a campo na segunda-feira com caracteres japoneses em seu uniforme durante a vitória por 3 a 1 sobre o Nagoya Grampus em Toyota. Quando a distância não é obstáculo para mover a paixão dos torcedores, a barreira da língua vira um detalhe.
Metade da torcida do United está na Ásia
A popularidade do Manchester na Ásia tem explicação. Afinal, não são poucas as pesquisas que colocam a torcida da equipe vermelha como a maior do mundo. Em busca de dados mais concretos, os ingleses divulgaram um levantamento em 2012, no qual a empresa britânica Kantar entrevistou 54 mil adultos de 39 países, indicando que o United teria 659 milhões de torcedores - ou admiradores - ao redor do planeta (para se ter uma ideia, de acordo com o censo realizado em 2011, a Inglaterra inteira possui 53 milhões de habitantes).
Segundo os dados divulgados pelo clube, apenas uma pequena parcela dos torcedores moraria na Europa (90 milhões). O restante estaria dividido entre as Américas (71 milhões), África e Oriente Médio (173 milhões) e Ásia (325 milhões, sendo 108 milhões só na China).  A pesquisa, que dava aos entrevistados a opção de escolher mais de um time, destacou ainda que o número de fãs simplesmente dobrou entre 2007 a 2012.
Conseguimos ver a paixão dos nossos seguidores frente a frente em dezenas de cidades quando jogamos ao redor do mundo. Não parecer existir uma praia ou uma rua no mundo onde você não encontre a camisa do clube"
Richard Arnold, diretor comercial
do Manchester United
- Conseguimos ver a paixão dos nossos seguidores frente a frente em dezenas de cidades quando jogamos ao redor do mundo. Não parecer existir uma praia ou uma rua no mundo onde você não encontre a camisa do clube. Esta pesquisa mostra que a nossa família de seguidores está indo cada vez mais forte - disse, quando a pesquisa foi divulgada, Richard Arnold, diretor comercial do Manchester United.
Antes mesmo de excursionar ao redor do mundo durante a pré-temporada, os Red Devils abriram seus olhos ao mercado externo há duas décadas. Em 1996, a diretoria do clube 20 vezes campeão inglês lançou seu próprio canal de televisão. Apesar das restrições para transmitir jogos ao vivo, a MUTV leva a programação do time para mais de 50 países - como Indonésia e Tailândia -, alcançando, segundo os números da "Forbes", mais de 1 bilhão de pessoas.
Há quem diga que esses números estariam inflacionados, ainda que exista um consenso em torno da ideia de que a torcida do United não só é a maior do mundo como também se expande para além das fronteiras do Reino Unido. Em 2011, por exemplo, a empresa alemã  SPORT+MARKT lançou uma pesquisa na qual o clube de Manchester teria a maior torcida do mundo, com 354 milhões de fãs. Barcelona (270 mi), Real Madrid (174 mi), Chelsea (135 mi) e Arsenal (113 mi) viriam logo na sequência, numa clara demonstração do domínio inglês e espanhol longe da Europa.
Torcedores Manchester United Tailândia (Foto: AP)Recepção ao United na Tailândia: pôster de campeão e quadro do ex-técnico Alex Ferguson (Foto: AP)
Teresa Herrera por Champions Cup
Curiosamente, os times italianos, que parecem ter ficado para trás nessa disputa por novos mercados, foram pioneiros em levar jogos de suas competições para o exterior. Em 1993, por exemplo, o Milan derrotou o Torino, pela Supercopa da Itália, em Washington, nos Estados Unidos, diante de um público de 25 mil torcedores. Isso em uma época em que não se cogitava ver o Arsenal jogando, por exemplo, no Vietnã.
É verdade que muito antes dos anos 90 os gigantes europeus já exploravam novas fronteiras. Prova disso é o Real Madrid, que em 1927 fez seu primeiro jogo nos Estados Unidos, no empate por 1 a 1 com o Galicia. Ao longo da segunda metade do século XX, a equipe merengue voltaria várias vezes à Terra do Tio Sam para jogar em Los Angeles, Houston e Nova York.
Mas até lá se tratava de um amistoso ou outro, e não torneios organizados de modo profissional como a Champions Cup, que reunirá oito equipes no início de agosto nos Estados Unidos. Competição que, aliás, estreia no calendário da bola em 2013. Outras, como a Barclays Asia Trophy, que leva as equipes da Premier League de dois em dois anos ao Oriente, são um pouco mais tradicionais. O torneio asiático, por exemplo, começou a ser disputado em 2003 na Malásia, passando ainda por Tailândia e China, até chegar de vez a Hong Kong.
Cartaz para jogo Barcelona Santos (Foto: Divulgação/ Barcelona)Cartaz promocional do jogo entre Barcelona e Santos no Troféu Joan Gamper (Foto: Divulgação/ Barcelona)
Com essa nova busca para jogar no exterior, antigos torneios tradicionais de verão vão perdendo espaço no Velho Continente, como é o caso dos espanhóis Teresa Herresa, Palma de Mallorca e Ramón de Carranza. O Joan Gamper, em Barcelona, é uma exceção, já que ganha em apelo neste ano por conta da provável estreia de Neymar contra o Santos no dia 2 de agosto. Fora a concorrência de novos torneios, recheados de marketing, que vão aparecendo pela Europa, como é o caso da Audi Cup, na Alemanha, e da Emirates Cup, na Inglaterra.
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