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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Touradas no Maracanã: Fúria volta ao estádio para vingar passado


Último jogo dos europeus no Rio de Janeiro foi em 1950, quando levaram 6 a 1 do Brasil na Copa do Mundo. Vai sobrar para o Taiti....


“Eu fui às touradas em Madri/ Para tim, bum, bum, bum/ Para tim, bum, bum, bum/ E quase não volto mais aqui/ Para ver Peri beijar Ceci”. As estrofes foram entoadas, simultaneamente, por mais de 150 mil vozes, enquanto lenços brancos balançavam no ar. Era 13 de julho de 1950. No gramado do Maracanã, o Brasil não deixava pedra sobre pedra na Espanha: 6 a 1. Nas arquibancadas, entre irônica e sádica, a torcida cantava o sucesso de Braguinha na época, “Touradas em Madri” – para humilhar de vez o adversário, como se fosse o toureiro dando a última estocada em uma vítima que já agonizava. Faz 63 anos. E só agora, tanto tempo depois, a Fúria volta ao palco de um de seus maiores pesadelos.
Brasil e Espanha jogo 1950 Copa do Mundo (Foto: Arquivo / Agência O Globo)Massacre: Espanha vai buscar seis vezes a bola nas redes do Maracanã (Foto: Arquivo / Agência O Globo)
O passado será exorcizado. O adversário desta quinta-feira, pela Copa das Confederações, é o Taiti, e a Espanha, se quiser, não deverá ter grande dificuldadepara construir um placar até mais gordo do que aquele. Desta vez, será o toureiro. E um toureiro curioso pela oportunidade de jogar em um estádio tratado pelos jogadores com um adjetivo unânime: mítico.
Ninguém da atual geração espanhola, a melhor que o país já teve, conheceu o Maracanã. Os atletas parecem encantados com a chance que se avizinha.
- Vamos jogar em um estádio mítico. Desde pequenos, ouvimos histórias sobre o Maracanã. Qualquer um gostaria de jogar ali. É um estádio fantástico – resumiu o meia Juan Mata.
Para a história
O mundo vivia o pós-guerra. Ameaças de bomba atômica atormentavam a estabilidade que o planeta almejava depois de tanto sofrimento ao longo de quase uma década. No Brasil, finalmente voltava a ser disputada uma Copa do Mundo, após hiato de 12 anos – consequência justamente da II Guerra Mundial. O Maracanã era um encanto, um assombro. E a Espanha se mostrava como uma das seleções mais fortes.
jornal do Brasil 1950 Brasil vitória arquivo (Foto: Reprodução)"Jornal do Brasil" em 50 comemorava vitória sobre a Espanha e previa título que não veio  (Foto: Reprodução)
A primeira fase da Roja foi impecável. Serviu também para ela pegar intimidade com o Maracanã. Primeiro, venceu os Estados Unidos por 3 a 1 no Durival de Britto, em Curitiba. Depois, já no Rio, fez 2 a 0 no Chile e 1 a 0 na Inglaterra. O estádio parecia dar sorte à Espanha.
Só parecia. Veio o quadrangular final, e a Fúria sucumbiu. Largou empatando por 2 a 2 com o Uruguai, no Pacaembu. E voltou ao Maracanã para enfrentar o Brasil, que vinha de goleada por 7 a 1 sobre a Suécia.
Aparentemente, seria um jogo equilibrado. Na prática, foi um passeio. Com 30 minutos, já estava 3 a 0 – gols de Ademir Menezes, Jair e Chico. No segundo tempo, nasceram mais três – outro de Chico, outro de Ademir Menezes e um de Zizinho. A Espanha descontou com Silvestre, mas não poderia ser mais inútil aquele gol. A torcida, em êxtase, cantava “Touradas em Madrid”.
A pancada desnorteou a Fúria. No jogo seguinte, levou 3 a 1 da Suécia e morreu na competição. Já o Brasil rumou para o jogo que poderia torná-lo campeão do mundo pela primeira vez. E o resto é história: levou 2 a 1 do Uruguai e viveu o dia mais triste que o Maracanã, na época um recém-nascido, já experimentou.
A Espanha retornou apenas uma vez ao Brasil desde a goleada de 1950. Mas não foi no Rio de Janeiro. Em 1981, voltou a perder para a seleção verde-amarela, desta vez por 1 a 0, em Salvador.
Novos tempos
Pedro, Coletiva espanha (Foto: Agência AFP)Pedro e Mata (ao fundo) estão ansiosos para jogar
no Maracanã (Foto: Agência AFP)
Pedro, uma das referências destes novos tempos na seleção da Espanha, foi questionado sobre a música “Touradas em Madrid” em uma entrevista coletiva no Rio de Janeiro. Ele não conhece a história, tampouco a canção. Mas se mostrou entusiasmado: será um dos espanhóis responsáveis por regressar ao Maracanã depois de tantos anos.
- Não conheço a música. Mas, para nós, o Maracanã é um estádio muito importante, com momentos inesquecíveis, um campo grande e bonito.
A Espanha não quer que o jogo contra o Taiti seja uma nova despedida do Maracanã. Ela pretende estar no estádio novamente em 30 de junho. É o dia da final da Copa das Confederações.
- Vamos tentar conseguir. Passo a passo, queremos estar lá na final – disse Pedro.
- Queremos jogar lá agora e também na final – completou Mata.
A Espanha já conhecerá o novo Maracanã nesta quarta-feira. Às 15h15m, os atletas conhecerão o gramado, no treino protocolar de vésperas de partidas
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