Dois dias após comandar o Real Madrid pela última vez, português assina contrato por quatro anos com os Blues, onde trabalhou entre 2004 e 2007
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José Mourinho ficou oficialmente desempregado por poucas horas. Dois dias depois de se despedir do Real Madrid com a vitória por 4 a 2 sobre o Osasuña, pela última rodada do Campeonato Espanhol, o técnico português foi confirmado no Chelsea, como todos os rumores indicavam há alguns meses. O anúncio foi feito através do site oficial do clube inglês nesta segunda-feira, mas a apresentação e entrevista coletiva estão marcadas apenas para a próxima semana, no dia 10 de junho.
Aos 50 anos, Mourinho assinou um contrato de quatro temporadas com os Blues, onde já trabalhou entre 2004 e 2007 e conquistou praticamente todos os títulos possíveis - o Campeonato Inglês e a Copa da Liga por duas vezes, e a Copa e Supercopa da Inglaterra em uma oportunidade. Restou a Liga dos Campeões, o principal torneio do continente, e também o grande objetivo do treinador em seu retorno.
Aos 50 anos, Mourinho assinou um contrato de quatro temporadas com os Blues, onde já trabalhou entre 2004 e 2007 e conquistou praticamente todos os títulos possíveis - o Campeonato Inglês e a Copa da Liga por duas vezes, e a Copa e Supercopa da Inglaterra em uma oportunidade. Restou a Liga dos Campeões, o principal torneio do continente, e também o grande objetivo do treinador em seu retorno.
- Agora eu posso dizer que sou um de vocês. E isso faz um pouco de diferença. Na minha carreira como treinador eu tive duas grandes paixões, Inter de Milão e Chelsea. O Chelsea é mais do que importante para mim - disse o luso, em entrevista para a "Chelsea TV".
O chefe-executivo Ron Gourlay mostrou toda a empolgação ao comentar sobre a nova aquisição dos Blues.
- Estou muito contente em dar as boas-vindas a José aqui no Chelsea. Seu sucesso contínuo e ambição fizeram dele o candidato excepcional para o cargo. É nossa meta manter o clube no caminho para alcançar maior sucesso no futuro e José é a nossa escolha número um, já que acreditamos que ele seja o manager perfeito para isso. Ele era e continua sendo uma figura popular no clube e todos aqui estão ansiosos para trabalhar com ele novamente.
Na noite do último domingo, Mourinho já deu dicas de que o anúncio com o Chelsea era questão de tempo. Talvez não tão cedo, já que sua visita a Londres estava apenas para começar - o que só reforça a tese de que os dois já entraram em acordo há alguns meses, conforme noticiou-se na imprensa europeia.
- Espero ser o novo treinador do Chelsea. Gostaria disso porque fui feliz em Londres e sinto que as pessoas me querem lá. Vou a Londres e, entre segunda-feira e o fim de semana, serei o técnico do Chelsea. A vida é bela e curta, e é preciso buscar o que você pensa ser o melhor para você - comentou o luso ao programa de TV espanhol "Punto Pelota". Ele terá em sua comissão técnica os assistentes Rui Faria, Silvino Louro e José Morais, que costumam acompanhá-lo onde quer que vá.
Guardiola x Mourinho. De novo
José Mourinho e Pep Guardiola voltarão a se encontrar, agora por Chelsea e Bayern de Munique (Foto: AFP)
Pep Guardiola deixou o Barcelona e, após um ano sabático, treinará o Bayern de Munique. José Mourinho não venceu a queda de braços contra estrelas do Real Madrid e também viu sua era ruir. Mas quis o destino que ambos voltassem a se encontrar: será no dia 30 de agosto, em Praga, na República Tcheca, em jogo único pela Supercopa Europeia - que reúne anualmente os vencedores da Liga dos Campeões e da Liga Europa.
O nascimento do 'Special One'
Não me chamem arrogante, pois o que vou dizer é verdade. Eu sou campeão europeu, não apenas mais um. Acho que sou “Especial”"
Mourinho, em sua apresentação no Chelsea
Ao desembarcar em Londres para assumir o Chelsea dias depois de vencer a Champions com o Porto, em 2004, Mourinho percebeu que necessitava fazer uma “limpeza” no elenco dos Blues. Nomes como o do argentino Hernán Crespo e do romeno Adrian Mutu entraram na lista de negociáveis - algo semelhante ao que Pep Guardiola fez no Barcelona com Ronaldinho, Deco e, posteriormente, Samuel Eto’o. Mas não foram suas medidas o que impressionou de fato a imprensa inglesa. Bom de papo como sempre foi, ele precisou de apenas uma entrevista coletiva.
- Não me chamem arrogante, pois o que vou dizer é verdade. Eu sou campeão europeu, não apenas mais um. Acho que sou “O Especial” - falou à época, em bom inglês.
Os flashes dispararam. Mourinho começava a fazer parte da categoria “ame-o ou deixe-o”, já que também semeou antipatia com suas declarações sempre polêmicas. Ao longo da carreira, no entanto, explicou que tudo faz parte de um personagem: a figura do técnico José Mourinho, espontâneo, calculista, carismático e irônico quase que simultaneamente.
- Sou muito confiante. Acho que não sou arrogante. Mas às vezes sinto que preciso ser assim, pois sinto que preciso jogar com as emoções. Posso falar consigo, mas sei que meus jogadores estão vendo. Jogadores dos outros times também. É uma espécie de atuação. Acho que não sou mau nisso - admitiu.
Mourinho bebe champanhe em comemoração de mais um título no Chelsea (Foto: Getty Images)
Uma família no Chelsea
De fato, está mais para uma virtude. Mourinho se entregou de corpo e alma ao Chelsea, onde fez mais amigos do que inimigos. Um de seus percalços foi o Liverpool de Rafa Benítez, algoz em duas semifinais de Liga dos Campeões (uma com um gol contestado até os dias atuais e outra nos pênaltis). Para ele, não passou de uma decepção do cotidiano.
Mourinho posa com os filhos e a taça da Premier
- Algo impossível de esquecer foi quando recebi um “sms” dos filhos após a derrota para o Liverpool. Dizia: “O amamos mais quando você perde”. Que importância passa a ter a Copa da Uefa, a Liga dos Campeões? Os meus filhos são criados num clima de amor, isso é que é importante para nós. Taças são apenas trabalho. A vida é muito mais do que isso.
Mas Mourinho também acumulou conquistas nos Blues, como os dois Campeonatos Ingleses seguidos (2005 e 2006), além de uma Copa da Inglaterra, em 2007, no seu ano de despedida do país. Foi mesmo um até breve.
- O Chelsea foi muito divertido. Jogadores incríveis, uma ótima qualidade de vida. Foi o lugar que eu mais aproveitei minha vida social e gostei trabalhando com futebol. Mas ainda assim tinha que sair. O ciclo estava acabado - contou em um de seus documentários, admitindo que chorou junto aos jogadores no vestiário
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