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sábado, 22 de junho de 2013

Deco não se vê no Fluminense em 2014 e afirma: 'Tom de despedida'


A seis meses do fim do contrato, meia traça meta de conquistar mais um Brasileiro antes do adeus: 'Desejo fechar esse capítulo com chave de ouro'


Deco , treino Fluminense, Florida (Foto: Nelson Perez / Flickr Fluminense)Deco treina em Orlando: em forma para brilhar nos
últimos seis meses de seu contrato com o Flu
(Foto: Nelson Perez / Flickr Fluminense)
A contratação foi sacramentada em agosto de 2010 e bastante festejada. Ali se iniciava uma história que até o momento conta com a conquista de dois títulos brasileiros e um carioca. Mas faltava uma Libertadores, e no fim do ano passado, após muita conversa, veio a renovação com o sonho claro na cabeça. Mas uma suspensão por doping o tirou da reta final da competição, quando o Fluminense acabou eliminado. A frustração foi imensa, principalmente por considerar injusto o caso, já que a substância surgiu em uma vitamina manipulada por uma farmácia. Agora, restando seis meses para o fim de seu contrato com o Tricolor, Deco já admite que sua carreira vitoriosa terá a Libertadores como uma lacuna. Afinal de contas, aos 35 anos, já não consegue imaginar mais um ano no futebol brasileiro. E, sincero e decidido, criou uma nova meta na cabeça: o tricampeonato nacional pelo Flu.
Mas a iminente despedida do Fluminense, pelo visto, pode não ser a do futebol. Com ideias firmes e fala mansa, Deco fez mistério, mas deixou no ar a possibilidade de desbravar um novo horizonte no futebol. Após brilhar pela Europa, os mesmos Estados Unidos em que faz temporada de treinos com o Fluminense surgem como possibilidade. Sites americanos dizem que o Columbus Crew, time que disputa a Major League Soccer, sonha em contratá-lo. Ele desconversa, mas admite que no Brasil o ciclo está próximo do fim.
- Hoje o que mais me importa é fazer um grande final de temporada pelo Fluminense, por respeito a mim e pelo clube. Cheguei em 2010, tive momentos bons e ruins, algumas fases difíceis, mas o balanço é positivo. Poucos jogadores passaram três anos em um clube e conquistaram dois Brasileiros e um Estadual. Então o maior desejo é fechar esse capítulo com chave de ouro. Um tricampeonato seria algo completamente histórico - disse Deco, confirmando em seguida o tom de despedida.
- Tom de despedida, sim, mas não posso dizer do futebol.
Em conversa com o GLOBOESPORTE.COM no hotel que serve de concentração para o Fluminense em Orlando desde o último domingo, Deco novamente falou sobre a frustração pelo resultado do julgamento do doping, comentou o retorno ao Maracanã, elogiou o período de treinamentos e novamente mostrou apoio às manifestações populares que tomaram conta do Brasil nos últimos dias. Confira abaixo a íntegra do bate-papo.
GLOBOESPORTE.COM: Agora que a "ressaca" do julgamento por doping passou (Deco foi flagrado em exame antidoping que apontou a presença de Hidroclorotiazida Carboxi-Tamoxifeno após a partida diante do Boavista, e foi punido com um mês de suspensão, já cumprido), você está mais tranquilo? A sua frustração no tribunal era visível.
DECO: Assim... O julgamento tinha dois objetivos para mim. O primeiro era provar minha inocência. Independentemente de punição e prazos, não fiz nada de errado. Isso por si só já é motivo de frustração. Você está com a consciência tranquila e sendo julgado por uma coisa injusta. Não posso entrar em uma discussão sobre o doping e seus conceitos, apesar de discordar por julgar que deveria ser mais individualizado. O segundo objetivo era poder estar livre para jogar. Mas aí volto ao anterior. Tinha um objetivo no Fluminense esse ano que era jogar mais um ano para buscar a Libertadores. Era um sonho nosso. O que aconteceu com o doping me tirou essa possibilidade. O que tinha de prejudicar em termos de clube e de imagem foi prejudicado, por mais que no fim eu fosse absolvido. Então de certa forma um objetivo foi concluído. Mas não posso estar feliz por ter pego um ou 30 dias por algo que não tenho culpa. Posso ter culpa de acreditar na farmácia, de não ter me informado melhor como funciona esse tipo de farmácia... Mas o doping é uma coisa forte. Quando se ouve essa palavra logo vem na cabeça algo para melhorar a performance ou drogas... Nunca tinha passado por isso algo tão forte com a minha imagem. Óbvio que a gente fica triste por um lado, mas contente por outro.
Sobis e Deco posam com fãs fluminense (Foto: Nelson Perez/Fluminense FC)Deco posa para fotos com fãs junto a Sobis em Orlando (Foto: Nelson Perez/Fluminense FC)
O fato de ter tido essa frustração em relação à Libertadores o faz pensar em renovar por mais um ano com o Fluminense? Desta maneira você seguiria em busca do sonho...
Não. Sempre disse, desde que cheguei, que penso ano a ano. Hoje, o que mais me importa é fazer um grande final de temporada, por respeito a mim, em função de tudo que passei nos últimos seis meses, e por respeito ao Fluminense. Cheguei em agosto de 2010. Tive fases boas, ruins, difíceis... Mas o balanço é positivo até agora. Poucos jogadores passaram três anos e ganharam dois Brasileiros e um Carioca... A história sempre foi bonita,  independentemente dos momentos difíceis. Então o maior desejo é fechar o capítulo com chave de ouro, até pelo que eu fiz e pelo que o torcedor do Flu sempre fez por mim. Ele merece.
Esse tom de despedida é do Fluminense ou do futebol em geral?
É um tom de despedida, sim, mas não posso dizer do futebol. Tenho outros planos que não vou falar agora, mas não necessariamente por jogar, mas sim por uma questão pessoal e de família. Mas nesse nível atual de competição pode ser que minha carreira chegue aos últimos seis meses.
Sites americanos especulam a sua contratação no Columbus Crew, equipe que disputa a Major League Soccer. Seria esta a possibilidade que está na sua cabeça?
Pode ser uma possibilidade. Tenho um pós-carreira na cabeça. Penso no que fazer e em ter prazer. Mas antes tenho uma história para acabar no Fluminense. Seria histórico ter três títulos brasileiros. Poucos conquistaram isso e tenho esta oportunidade. O doping me tirou um sonho. Não estou feliz. Mas ao mesmo tempo me deu a possibilidade de lutar por outro sonho que é meu e do clube. Em quatro anos seriam três títulos. O Flu entraria para a história assim como quem participar disso. E eu quero fazer parte disso.
Você tem 35 anos e uma carreira vitoriosa. Ainda sente prazer em jogar futebol?
O prazer do jogador não tem relação alguma com os problemas de fora. O prazer de jogar independe de onde você está. Depende de você e do clube. Tenho prazer em acordar e ir trabalhar no Fluminense. Se não tivesse seria bem difícil, teria de me motivar... Mas sou feliz aqui, independentemente de achar que a estrutura poderia ser ou não melhor. As pessoas é que fazem o clube e será difícil deixar. Fiz amigos lá para o resto da vida. Tenho carinho por todos que trabalham no clube e acho que eles por mim. Isso vai além da motivação pessoal.
Em sua página pessoal no Facebook, você postou um texto comentando as manifestações que tomaram conta do país nas últimas semanas. Concorda com a causa?
Pode ser uma possibilidade (ir para o Columbos Crew). Tenho um pós-carreira na cabeça. Penso no que fazer e em ter prazer. Mas antes tenho uma história para acabar no Fluminense. Seria histórico ter três títulos brasileiros. Poucos conquistaram isso e tenho esta oportunidade. O doping me tirou um sonho. Não estou feliz. Mas ao mesmo tempo me deu a possibilidade de lutar por outro sonho que é meu e do clube. Em quatro anos seriam três títulos"
Deco
Não tenho que falar de política. Mas de alguma forma o Facebook é o único meio de falar de algo pessoal. É difícil definir o sentimento. O brasileiro melhorou em muitos aspectos. Passei 15 anos morando fora, mas vinha sempre para cá. Ultimamente dava uma sensação de estarmos vivendo em um paraíso artificial. Hoje tenho uma boa condição através do futebol, mas vim da periferia. Passei por dificuldades e olho para o que acontece. O que o Brasil vive hoje afeta tudo. Afeta a minha família, as pessoas que trabalham na minha casa, no clube... Vejo as dificuldades. Aumentou o salário, mas tudo ao redor também. Temos dificuldades de acesso... Você vai a um restaurante hoje e é três vezes mais caro do que era. As escolas... Pago a dos meus filhos e sei o quanto custa. Pago seguro saúde porque não tenho outra opção. Não é uma revolta e sim um sentimento natural.  Quando você viaja percebe a diferença. Você está aqui e confere isso. As coisas funcionam. Você vê organização. O Brasil tem tudo para poder ser um país organizado, mas um dos problemas é a impunidade. No Brasil temos a sensação de que a impunidade impera. Até escrevi que antigamente o conselho era para você não reagir a um assalto. Hoje não, matam por matar. É  a sensação da impunidade.
Voltando ao futebol, como você está para a retomada do Brasileiro. Na sexta você já treinou com bola...
A ideia era aproveitar esse tempo parado sem jogar e competir para zerar tudo e fazer um bom trabalho de fortalecimento. Coisas que você não consegue fazer com a competição acontecendo. Espero poder voltar bem e de certa forma acabar uma história que foi bonita até agora independentemente de momentos bons e ruins. Tem tudo para o Fluminense conseguir este feito histórico.
O sonho do título está claro na sua cabeça. Já imaginou concretizando ele no Maracanã reformado?
Os benefícios que as Copas estão trazendo seriam enormes se eles fossem melhor aproveitados. Mas é inegável que os estádios são bens que ficam. Não precisa entrar nas questões políticas. A gente sabe o exagero que foi e que é, mas é bom ter o Maracanã bonito.
Então consegue visualizar uma volta olímpica do Fluminense por lá?
O Brasil tem tudo para poder ser um país organizado, mas um dos problemas é a impunidade. No Brasil temos a sensação de que a impunidade impera. Até escrevi que antigamente o conselho era para você não reagir a um assalto. Hoje não, matam por matar. É  a sensação da impunidade"
Deco
Seria fantástico. A torcida do Fluminense, e isso eu senti desde que cheguei aqui, não teve um lugar em que se identifica desde que o Maracanã foi fechado. De certa forma, a gente não pôde ver a real torcida tricolor. Mesmo nos momentos importantes e difíceis no Engenhão, ela compareceu, mas no Maraca era diferente. Até pelo local, que ajuda muito.
Como um dos mais experientes do elenco, como vê o aproveitamente do Fluminense com as categorias de base? O clube está investindo mais e mais nos garotos de Xerém...
O Fluminense conseguiu entender que a base é a sua maior riqueza. Um clube como o Flu tem totais condições de ser dos mais organizados na base. Já é um dos mais vitoriosos. Assim, mais jogadores se transferem e também sobem para o time principal. 
Fico
 feliz também por ver a facilidade da integração destes garotos. Claro que tem relação com quem está no elenco, mas é legal para os meninos.
Você fala em tom de despedida, mas deixando no ar a possibilidade de jogar em outro centro por mais um tempo. E quando realmente pendurar as chuteiras. Já imagina o que irá fazer?
Tenho a minha vida pessoal que já dá trabalho. Tenho meu instituto que quero potencializar. Sinto que se me dedicar mais vou conseguir melhorar muito. Mas não vou conseguir ficar longe do futebol. Não posso desperdiçar 20 anos de vida e de conhecimentos que adquiri passando por onde passei, aprendendo o que aprendi. Seria pegar tudo o que o futebol me deu e virar as costas. Tenho até outros negócios, mas vou continuar por aqui no futebol.
E voltando ao futebol dos Estados Unidos, o que pensa da temporada de treinos realizada pelo Fluminense em Orlando?
Os clubes brasileiros têm tudo para dar passos fora do país. Já vim para os Estados Unidos mais de seis vezes com Barcelona e Chelsea. Óbvio que a dimensão é muito maior, mas o americano em geral está mais receptivo ao futebol. Quem chegar antes terá melhores resultados. Alguns jogadores preferiam ter um descanso maior. É difícil terminar a semana e emendar logo uma viagem como essa. Mas foi bacana termos vindo. Está sendo positivo em termos de internacionalização da marca.
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